O Porquê - Parte 5: Não enjaular a chama

O desafio central para os SP Experiencers é como manter-se aceso num mundo construído para a consistência e o controlo.

Esta é a quinta parte de uma série de 5 publicações no blogue sobre "O porquê por detrás do porquê" que são escritos para aqueles que já conhecem o TypeCoach e esta estrutura de tipo de personalidade, particularmente os quatro temperamentos. Se é novo no TypeCoach, recomendamos que comece com este poste assistir ao nosso webinars em direto do Programa de Influência TypeCoach.

Experiências em SP: Não enjaule a chama

"A aventura vale a pena por si só." - Amélia Earhart

Há um tipo particular de pânico que não aparece num monitor cardíaco. É o momento em que um Experienciador SP acorda e se apercebe: deixou de sentir seja o que for.
     Não há perigo.
     Sem emoção.
     Nenhum movimento.
     Apenas a mesmice. A quietude. Sem sinal. Congelado.

Para o mundo exterior, tudo pode parecer bem. Previsível. Estável. Seguro. Mas para o SP, é algo mais próximo da morte. Não uma queda dramática, mas uma lenta dissolução. Uma sensação de desaparecimento dentro do comum.

O temperamento SP - ESTP, ESFP, ISTP, ISFP - é atraído pelo movimento, pela vitalidade e pelo imediatismo. Não se trata de preferências abstractas. São imperativos existenciais. Os SPs devem envolver-se diretamente no momento para se sentirem vivos. Quando o presente é vívido, elas sentem-se enraizadas. Quando o presente se torna mais fraco, elas começam a desaparecer - primeiro emocionalmente, depois espiritualmente.

Mary Oliver - Vivo
"Quando acabar, não me quero questionar
se fiz da minha vida algo particular e real.
 
Não quero dar por mim a suspirar e a ter medo,
ou cheio de argumentos.
 
Não quero acabar simplesmente por ter visitado este mundo".

O medo oculto: a dormência disfarçada de ordem

Enquanto os SJs temem o exílio e os NTs temem a irrelevância, os Experienciadores SP temem algo mais visceral: a perda da sensação - do sentimento. Não se importam com as regras quando estas fazem sentido. Mas quando a rotina se torna uma gaiola e a vida se transforma numa lista de controlo, entram em pânico. Não exteriormente, necessariamente. Mas por dentro, algo começa a sufocar.

Não se trata de medo como a maioria das pessoas pensa em medo. É mais calmo. Mais lento. Um receio crescente de que a vida se esteja a tornar demasiado pequena, demasiado planeada, demasiado higienizada. Que tudo o que é real - o risco, a faísca, o instinto, o movimento - foi substituído pela segurança.

Ser obrigado a viver nesse mundo durante muito tempo? Esse é o verdadeiro pesadelo do SP.
     Não é um conflito.
     Não é o caos.
     A quietude. Estar envolto em mármore, incapaz de se mover ou sentir.

E não do tipo pacífico.

A linha de falha existencial

Há um fogo dentro do temperamento SP que deve permanecer aceso - pense nele como uma espécie de faísca interna que lhes permite saber que estão aqui. Fica esbatido por demasiada estrutura, embotado pelo excesso de explicações, enterrado sob camadas de abstração. Irritados quando rodeados de pessoas que se levam demasiado a sério, precisam de liberdade, de fôlego, de espontaneidade. Sem isso, começam a fazer o que lhes apetece.

A questão mais profunda no cerne deste temperamento pode ser algo do género: "Se não estiver a sentir este momento, estarei sequer vivo nele?"

Para o SP, a vida não é vivida em ideias. Vive-se em actos.
     Não no planeamento do salto, mas no salto.
     Não se trata de falar de beleza, mas de criar algo belo.
     Não em imaginar o futuro, mas em agarrar o que está mesmo à sua frente.
O seu medo não é apenas o de serem encaixotados. É o facto de se sentirem embotados - reduzidos a uma versão de si próprios que preenche os requisitos, mas que nunca faz nada de verdadeiro.

Concretizações do Spark no mundo real

Ao longo da história, os SP foram muitas vezes aqueles que saltaram quando outros pararam - que quebraram o molde não para chamar a atenção, mas para respirar.

  • Tomar Ernest HemingwayO seu tipo de personalidade, muitas vezes classificado como ISTP, a guerra, as touradas, a pesca em alto mar - não eram indulgências, eram âncoras. Experiências que o prendiam ao que era real. "Viver a vida plena da mente, entusiasmado por novas ideias, intoxicado pelo romance do invulgar."
  • Ou Amélia EarhartA sua personalidade, provavelmente uma ESFP, os voos pioneiros não eram actos de desafio, mas de compromisso. Ela não fugiu da vida - ela voou mais fundo nela.
  • Ou tomar Steve IrwinO seu pai, um ESFP clássico, atirou-se ao mundo natural com uma alegria e um imediatismo sem filtros. A sua profunda ligação aos animais e aos lugares selvagens não tinha a ver com drama - tinha a ver com presença.
    "Não tenho medo de perder a minha vida - se tiver de salvar um coala, um crocodilo ou um canguru, fá-lo-ei".

Não eram apenas actuações. Eram declarações de estar vivo - momentos em que a faísca podia respirar. Não eram apenas actos criativos. Eram actos existenciais - protestos contra a sedação.

Metáfora: A chama e a gaiola

Se o SJ é um pilar, o SP é uma chama. Reativo. Cintilante. Viva.
     As chamas precisam de oxigénio.
     Demasiado pouco, e morrem.
     Demasiado, e ardem descontroladamente.

Os SP Experiencers vivem nessa tensão - procurando as condições certas para arder sem desaparecer. Demasiada regulamentação e o fogo apaga-se. Demasiada falta de estrutura, e a faísca transforma-se em caos. Este é o seu desafio central: como manter-se aceso num mundo construído para a consistência e o controlo. Porque o mundo, sejamos honestos, não foi concebido para SP Experiencers. As escolas recompensam os planeadores. Os locais de trabalho recompensam a política. Os sistemas familiares recompensam a previsibilidade.

Perseguir a intensidade de forma pouco saudável

Assim, quando o SP começa a escurecer, eles podem:

  • Sabotam as suas próprias rotinas
  • Perseguir a intensidade de forma pouco saudável
  • Desistir das obrigações
  • Rebelde - não para mostrar, mas para respirar

Não se trata de imaturidade. É um protesto existencial.

Reflexão pessoal: O que mantém a faísca acesa

Vi este padrão acontecer em tantos SPs que admiro. Amigos. Clientes. Família. Eles ganham vida no momento - criando, reagindo, envolvendo-se. Mas são mal avaliados por sistemas que equiparam a presença à distração e a espontaneidade à falta de cuidado.

     O que eles precisam não é de repreensão. É de espaço.
     Não mais regras, mas mais confiança.
     Não o controlo, mas a ligação - a algo real.

Tenho visto os SP Experiencers encontrarem o seu lugar quando param de se desculpar pelo que precisam e começam a desenhar para isso. Quando param de perseguir a próxima onda e começam a construir vidas que sustentam a sua vitalidade - com intenção, não apenas por impulso.
O medo nunca desaparece totalmente. Mas deixa de ser um condutor. E a chama, finalmente, tem espaço para respirar.

Sugestões para a formação de SPs: O que ajuda

  • Concentrar-se no presente. Não comece com objectivos a longo prazo - comece com o que os ilumina agora.
  • Oferecer movimento, não mandatos. Dê-lhes margem de manobra na forma como atingem os resultados.
  • Design para a variedade. Ajude-os a estruturar a flexibilidade nos seus dias.
  • Respeitar o instinto. Se eles não concordarem com um plano, pergunte-lhes o que é que lhes parece estranho - muitas vezes, eles sentem o atrito antes de o poderem nomear.
  • Canalizar a energia de forma construtiva. Ajude-os a encontrar saídas para a expressão física ou criativa.

Conselhos para viver ou trabalhar com pessoas com deficiência

  • Não confundir quietude com preguiça. A sua necessidade de movimento não é evitar - é vitalidade.
  • Evitar a microgestão. Confie no seu processo, mesmo que pareça não linear.
  • Estar no momento. A presença é a sua linguagem amorosa - e a sua sanidade.
  • Deixa-os respirar. Dar espaço antes de exigir planos ou decisões.
  • Manter as coisas reais. Prosperam em ambientes onde a autenticidade supera a pretensão.

Dicas para SPs: Como fazer a faísca

  • Não precisas de ganhar a tua liberdade. É o vosso sistema operativo. Honra-o.
  • Nem toda a estrutura é sufocante. O tipo correto de andaime pode proteger o seu incêndio.
  • A estimulação não é o objetivo. A vivacidade é. Escolha o que aprofunda a sua energia, e não apenas o que a faz disparar.
  • A quietude pode ser sagrada. Nem sempre é uma ameaça - por vezes é a forma como a chama se reagrupa.
  • Não é demasiado. Estamos programados para nos movermos, sentirmos e reagirmos - e essa programação é uma dádiva.

Esta série vai para além do que ensinamos nas nossas sessões com clientes ou certificação e inclui algumas ideias que estamos a experimentar. Curioso para ler mais? Pode encontrar links para as outras partes da série abaixo da secção de comentários. Gostaríamos muito de receber o seu feedback. Este artigo é do seu agrado? Por favor, acrescente a sua opinião nos comentários ou envie-me um e-mail para rob@typecoach.com

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Imagem de Rob Toomey

Rob Toomey

Presidente e cofundador da TypeCoach

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